Six Senses Douro : Review de Estadia

Foi em 2015 que a história do Six Senses começou a ser escrita em Portugal. Uma história que suplanta as paredes da casa senhorial do século XIX onde se situa o hotel, e que vai ganhando intensidade à medida que percorremos a pitoresca floresta que o envolve, envolvida pelas margens do Douro.

Com o habitual arrojo e sofisticação, a coleção Six Senses volta a cumprir o seu grande propósito: recuperar as tradições e a herança da região, sem nunca descurar princípios fundamentais de sustentabilidade, ancorados a todos os espaços de gastronomia e bem-estar. Lá dentro, a metamorfose é constante: as folhas ganham novos pigmentos com a mudança da estação; o menu vai-se alterando com a sazonalidade e há sempre um novo gesto que nos surpreende em cada um dos seus 71 quartos. O luxo sabe a casa e a alma lusitana nunca se perde, apesar das múltiplas camadas que a enriquecem.

Acordar de olhos postos no Douro

De quartos com vista panorâmica sobre o rio a suites espaçosas com janelas do chão ao teto e varandas e pontes de madeira que nos conduzem a jardins secretos, dormir no Six Senses Douro Valley será sempre uma experiência única e memorável. Entre os 71 quartos de 17 tipologias diferentes, a decoração sóbria e elegante nunca se sobrepõe à fabulosa panorâmica duriense que nos envolve.

Mas é nos pequenos detalhes que se vão construindo as grandes memórias: há lareiras que convidam a longos serões de conversas e leituras; banheiras de hidromassagens para banhos relaxantes, decks privados em madeira prontos para acolher repastos ao relento e suites com piscina aquecida com vista para a vinha, cujos momentos vividos certamente mereciam ser eternizados.

O terroir à mesa

Pensados para enaltecer o melhor que a região tem para oferecer, os pratos que saem da cozinha aberta conduzida pelo chef Nuno Matos celebram a abundância e diversidade do vale do Douro. Juntando produtos de pequenos fornecedores a outros colhidos no jardim orgânico de vegetais e ervas da propriedade, é no restaurante Vale Abrãao que são servidos diferentes exemplares de cozinha de puro conforto, tudo isto num ambiente informal que acolhe uma enorme lareira e paredes cobertas por azulejos do século XVIII, forradas a cortiça e com o chão de granito.

Num conceito distinto, mas igualmente aconchegante, a biblioteca vínica junto ao restaurante é também palco de jantares descontraídos que reúnem várias sugestões para partilhar. A premissa da sustentabilidade volta a ditar as coordenadas, fazendo-se acompanhar de uma ampla seleção de vinhos regionais, mas também nacionais e internacionais (para o mais aficionados, a prova de vinhos diária sobre a região, os solos e o clima é obrigatória). Nos dias solheiros, aproveite para almoçar no restaurante Summer Garden.

Um templo ao relaxamento

Meticulosamente desenhados para oferecer uma atmosfera onde se consegue desligar, nos espaços de bem-estar e SPA do hotel a água, a pedra e a madeira fundem-se em sintonia, ainda que a natureza permaneça constante nesta equação. Com 10 salas de tratamento, fitness center, piscina interior, crioterapia, várias salas de consultas e ainda um alchemy bar, neste templo de relaxamento tudo é possível.

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Descobrir o Six Senses Douro Valley é uma experiência sem fim. Todas as semanas, o preenchido calendário do hotel convida a workshops de destilação e extração de óleos essenciais no Alchemy Bar; atividades no exterior, como Vineyard Walk, Downhill Mountain Biking ou Rafting; noites de cinema, aulas de cross training ou ainda provas diárias de vinhos e showcookings.

Através do Six Senses Earth Lab, a equipa quer também provar aos hóspedes como poderão recuperar técnicas antigas de conservação de alimentos, plantação e culturas de ervas aromáticas e hortícolas em modo biológico. Para quem quiser por as mãos na massa, os workshops disponíveis para miúdos e graúdos permitem que prepare os seus próprios vinagres, sal ou fermentados.

Desengane-se se pensar que uma viagem ao Six Senses Douro Valley é um bom pretexto para conhecer a região. Visitar o hotel é uma experiência per si, que requer poucos (ou nenhuns) planos para ser usufruída na sua plenitude.

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